História do Capoeira Manduca da Praia!
Manduca da Praia, homem de negócios, respondeu a 27 processos por ferimentos graves e leves, sendo absolvido em todos eles pela sua influência pessoal e de amigos.
Era pardo claro, alto, reforçado, usava barba grisalha. Sua figura inspirava temores para uns e confiança para outros. Vestia-se com decência, chapéu na cabeça, usava um relógio que era preso por uma corrente de ouro, casaco grosso e comprido que impressionava as pessoas com seu porte, usava como arma uma bengala de cana-da-índia e a ele deviam respeito.
Certa vez na festa da Penha brigou com um grupo de romeiros armados de pau, ao final da briga deixou alguns inutilizados e outros estendidos no chão, entre outras brigas e confusões. Ganhava bastante dinheiro, seu trabalho era uma banca de peixe que tinha no mercado, vivia com regalias e finais de semana saia para as noitadas.
Morador da Cidade Nova, era capoeira por conta e risco assim disse Nulo Moraes. Manduca não participava da capoeiragem local, não recebia influência nem visitava outras rodas, pode-se dizer que ele era um malandro nato. Manduca da Praia conquistou o título de valentão, subestimando touros bravos, que sobre os quais saltava quando era atacado.
Por volta de 1850, Manduca "iniciou sua carreira de rapaz destemido e valentão, dotado de enorme força física e "destro como uma sombra", Manduca cursou a escola de horários integral da malandragem e da valentia das ruas do Rio de Janeiro na época de perigosos capoeiras como, Mamede, Aleixo Açougueiro, Pedro Cobra, Bemetevi e Quebra Coco. Desde cedo destacou-se no uso da navalha e do punhal; no manejo do petrópolis - um comprido porrete de madeira-de-lei, companheiro inseparável dos valentões da época - na malícia da banda e da rasteira; e com soco, a cabeçada e o rabo de arraia tinha uma intimidade a toda prova. Tinha algo que o destacava e diferenciava de seus contemporâneos - facínoras, valentes e rufiões - fazendo que se tornasse uma lenda viva, e mais tarde um mito cantado e celebrado até os dias de hoje:uma inteligência fria, calculista e implacável; uma sede de poder, de status e de dinheiro; tudo isso aliado a uma visão de comerciante e de homens de negócios. Fez fama e dinheiro. Foi famoso temido e respeitado.
Era pardo claro, alto, reforçado, usava barba grisalha. Sua figura inspirava temores para uns e confiança para outros. Vestia-se com decência, chapéu na cabeça, usava um relógio que era preso por uma corrente de ouro, casaco grosso e comprido que impressionava as pessoas com seu porte, usava como arma uma bengala de cana-da-índia e a ele deviam respeito.
Certa vez na festa da Penha brigou com um grupo de romeiros armados de pau, ao final da briga deixou alguns inutilizados e outros estendidos no chão, entre outras brigas e confusões. Ganhava bastante dinheiro, seu trabalho era uma banca de peixe que tinha no mercado, vivia com regalias e finais de semana saia para as noitadas.
Morador da Cidade Nova, era capoeira por conta e risco assim disse Nulo Moraes. Manduca não participava da capoeiragem local, não recebia influência nem visitava outras rodas, pode-se dizer que ele era um malandro nato. Manduca da Praia conquistou o título de valentão, subestimando touros bravos, que sobre os quais saltava quando era atacado.
Por volta de 1850, Manduca "iniciou sua carreira de rapaz destemido e valentão, dotado de enorme força física e "destro como uma sombra", Manduca cursou a escola de horários integral da malandragem e da valentia das ruas do Rio de Janeiro na época de perigosos capoeiras como, Mamede, Aleixo Açougueiro, Pedro Cobra, Bemetevi e Quebra Coco. Desde cedo destacou-se no uso da navalha e do punhal; no manejo do petrópolis - um comprido porrete de madeira-de-lei, companheiro inseparável dos valentões da época - na malícia da banda e da rasteira; e com soco, a cabeçada e o rabo de arraia tinha uma intimidade a toda prova. Tinha algo que o destacava e diferenciava de seus contemporâneos - facínoras, valentes e rufiões - fazendo que se tornasse uma lenda viva, e mais tarde um mito cantado e celebrado até os dias de hoje:uma inteligência fria, calculista e implacável; uma sede de poder, de status e de dinheiro; tudo isso aliado a uma visão de comerciante e de homens de negócios. Fez fama e dinheiro. Foi famoso temido e respeitado.
Salve Família Fãs de Capoeira Capoeira tem historia capoeira tem tradição , capoeira é dança de guerreiros , e luta de irmãos !!!
Paulo dos Santos | Mestre Limão | Bahia 19 - 145985
Mestre Paulo dos Santos, nasceu em 18/07/1945, em Santo Amaro da Purificação, Bahia.
Aprendeu capoeira quando criança, nas rodas de rua. Tornou-se aluno de Mestre Caiçara (que foi um grande Angoleiro)
Apelido: Recebeu este apelido do Mestre Canjiquinha, devido ao fato de vender limão na feira.
1969 – Veio para São Paulo, juntamente com o Mestre Caiçara para gravar um disco. Começou a frequentar as rodas da república, fez amizades com vários capoeiristas vindos da Bahia como: Mestre Joel, Mestre Suassuna, Mestre Brasília entre outros.
Mestre Limão, conheceu Mestre Pinatti, com o qual consolidou uma amizade e foi convidado junto também com Mestre Paulão para abrirem uma academia. Ainda no ano de 69, mas precisamente no dia 01 de agosto de 1969, foi fundada a Academia São Bento Pequeno, onde eram sócios: Mestres: Limão, Paulão e Pinatti.
Em 1970, Paulo Limão (Mestre Limão)sentiu necessidade de fundar a sua própria academia e a fundou no dia 01 de junho de 1970, na Avenida Morumbi (Academia Quilombo dos Palmares (Zona Sul-SP), ganhou muitos alunos, respeito e admiração tornando-se um dos maiores nomes da capoeira.
Mestre limão, apesar de ter se dado muito em SP, freqüentemente ia para a Bahia visitar seus familiares, onde ele permanecia na maioria das vezes por muito tempo; de 6 meses a 1 ano na sua velha Bahia.
Limão era Angoleiro, mas ele ensinou a Regional ; as únicas pessoas que ele ensinou Angola foi para o seu Sobrinho Limãozinho, Sílvio Acarajé, para o Jorginho (este depoimento é segundo Mestre Limãozinho.
Limão era um fino aplicador de rasteira. Uma frase que Mestre Limão dizia com muita freqüência era: “Tem aluno e tem discípulo, o discípulo quer pegar toda a essência do Mestre.”
Mestre Limão faleceu em 1985, Limão foi para a Bahia, para nunca mais voltar. Foi a sua última viagem a tão querida Bahia.
A Viajem sem Volta.
Mestre Limão faleceu na Usina Paranaguá; ele teve uma briga pessoal com um cara da lavoura da cana.”
Relato na época divulgado no jornal da Bahia segundo Prof.José Roberto:
No ano de 1985, Limão resolveu ir embora para a Bahia e foi trabalhar na Usina Paranaguá, em Santo Amaro da Purificação. Lá na usina ele se desentendeu com um rapaz e acabou matando o cara com um golpe de Capoeira. Foi feita uma cilada na Fazenda e Limão foi morto a traição. Ele foi esquartejado com grande crueldade, mas deixou sua marca registrada como um dos melhores capoeiristas que o Brasil já teve.
Antonio César de Vargas, nasceu em 5 de abril de 1958, começou capoeira em 1968 com o Mestre Rony (do Grupo Palmares de Capoeira). Depois foi aluno do Mestre Touro, do grupo corda Bamba, na qual teve a honra de ser Cordel Azul. Em 1977 ingressou no grupo senzala para ser aluno do Mestre Peixinho que o formou com a corda vermelha em 1985. É formado em Ed. física e pós-graduado em dança. Participou de diversos discos e tem músicas gravadas em vários CD´S, tem um CD gravado, e desenvolve um trabalho com crianças e coordena uma instituição de educação infantil. Mestre Tony é um dos maiores poetas da capoeira - foi homenageado pela Superliga Brasileira de Capoeira como um dos melhores do século em Curitiba - PR pelo Mestre Burguês em 09/09/2000.
Camisa Roxa nasceu em 1944, na fazenda Estiva, no Estado da Bahia. Ele começou a praticar capoeira, para se divertir, com a idade de 10, e foi seguido mais tarde por todos os seus irmãos. Na década de 1960, ele foi para Salvador, para estudar em uma escola secundária. Ele, então, começou a treinar capoeira na academia de Mestre Bimba, onde se formou e foi considerado o melhor aluno pelo seu Mestre.
apelido de Grão Mestre vem do fato de que ele sempre usa uma camisa roxa (camisa roxa), que ele realmente gostava, no rodas de capoeira que participaram na Bahia. Ele também gostava de jogar nas rodas de capoeira tradicional na academia do Mestre Pastinha e de Mestres Waldemar e academia do Traíra, na Rua Pero Vaz, onde foi muito respeitado por seu grande conhecimento dos fundamentos da capoeira e por sua conduta profissional.
Camisa Roxa pensa capoeira como um todo, conciliando Regional e Angola. "Na realidade, muito poucas pessoas entenderam Mestre Bimba reais intenções", disse o Grão Mestre. "Hewanted a uma capoeira de altura em primeiro lugar, com o seu método, mas com o tempo, cada pessoa deve aprender a tocar baixo", conclui.
Camisa Roxa coordena Abadá-capoeira na Europa, organizando regularmente oficinas para instrutores e professores na área. Ele também é o organizador do Encontro de Primavera Capoeira na Europa e dos Jogos Europeus Abadá-capoeira. Estes eventos visam integrar e atualizar capoeiristas na Europa, através de aulas teóricas e práticas ministradas por Mestres de hóspedes do Brasil.
Grão Mestre dedicou boa parte de seu tempo para pesquisar capoeira, sempre buscando novos caminhos e maneiras de fazer capoeira mais visível em todo o mundo.Para ele, no Brasil, não deve haver mais união entre os diferentes grupos, de modo que é possível organizar melhor as atividades e cursos. Ele diz: "Talvez uma capoeira mais disciplinado e mais união entre os líderes irão produzir uma capoeira mais profissional e responsável". Camisa Roxa dizia que quando ele passa em sua experiência ele tenta pagar todas as grandes coisas que a capoeira lhe deu.
"Camisa Roxa", morreu na noite de quinta-feira (18/04/2013), em Salvador, aos 69 anos.
Nunca esqueceremos ...
“Nascimento Grande”
José Antônio do Nascimento, mais conhecido como “Nascimento Grande”, foi um dos valentões mais terríveis de Recife, no fim do século 19. Assim como o legendário BESOURO MANGANGÁ, era respeitado na Bahia; MANDUCA DA PRAIA no Rio de Janeiro e NASCIMENTO GRANDE em Pernambuco. Era alto, forte, usava um chapéu e tinha uma bengala que pesava quinze quilos. Uma “bengalada” e Nascimento Grande mandava o sujeito dormir mais cedo.
Conta a história que Nascimento Grande nunca perdeu uma briga. Morreu aos 90 anos. Não era de seu caráter provocar brigas, mas uma vez provocada,ninguém o segurava. Vários capoeiristas tentaram destronar Nascimento Grande para ficar com sua fama, mas, todas as tentativas foram em vão. Da mesma maneira que Besouro tinha poderes sobrenaturais e que era protegido por um “patuá”, conta-se que Nascimento Grande também tinha o “corpo fechado” e usava um amuleto no pescoço para se proteger dos inimigos e das forças negativas. Ninguém pode garantir, mas, o que todos diziam é que até mesmo as balas não atravessavam seus corpos.
Nascimento Grande teve dois inimigos que queriam lhe matar de qualquer maneira; eram eles: CORRE HOJE e ANTÔNIO PADROEIRO. Uma vez, Corre Hoje foi ajudado por sete homens na tentativa de liquidar Nascimento Grande e no final, encontrou a morte, atingido por uma bala perdida, destinada a Nascimento Grande. Antônio Padroeiro também teve seu fim tentando assassiná-lo; foi desarmado e espancado até a morte. Nascimento Grande tinha um lado parecido com Besouro, bastante característico nos capoeiristas; o de gostar de ridicularizar os inimigos. Uma vez foi atacado por PAJÉU, malfeitor conhecido. Ele lhe deu uma rasteira e o vestiu com roupas de mulheres, o que provocou deboches do publico. Outra vez, em que ele estava cercado por dez soldados numa rua sem saída, ele subiu em um telhado baixo e saltou sobre eles, dando-lhes bengaladas.
De todas as brigas, a maior foi contra JOÃO SABE TUDO,um outro famoso valentão de Recife. Os dois evitavam se encontrar, pois, sabiam que com certeza haveria briga. Certo dia encontraram-se perto do Largo da Paz; eles se cruzaram e a briga começou na mesma hora. João Sabe Tudo com uma peixeira e Nascimento Grande com sua bengala. A cidade inteira estava em volta deles para assistir ao espetáculo. O tempo passava, mais a briga se tornava surpreendeste. Nascimento Grande e João Sabe Tudo, avançavam e recuavam, descendo a rua Imperial no meio aos golpes de bengala, rasteiras e muito mais. Eles saíram na Matriz de S. José e entraram, se batendo, na igreja, acompanhados pela multidão. Nesse momento apareceu o vigário, os obrigando a parar em respeito à casa de DEUS; mandando os dois apertarem as mãos. Contra vontade, os dois apertaram as mãos e nunca mais brigaram.
A hora final chegou para as maltas, mais ou menos em 1912, coincidindo com o nascimento do FREVO, legado da capoeira. ( É mais correto dizer “ o passo” que é a dança pois “frevo” é a musica que acompanha).
Os bandos rivais do “4º Batalhão” e da “Guarda Nacional” desfilavam no carnaval de Pernambuco, protegidos pela agilidade e pela coragem dos capoeiristas armados de peixeiras que com seus “SLOGANS” desafiavam os inimigos. A polícia chegava e parava os jovens dos grupos musicais e com eles, seus líderes:
NICOLAU DO POÇO, JOÃO DE TOTÓ E JOVINO DOS COELHOS, até dominar o mais importante deles, NASCIMENTO GRANDE...
CORPO FECHADO - Se diz de alguém do candomblé
que é protegido espiritualmente.
PEIXEIRA – Faca de cabo de madeira, com longa lâmina bem afiada.
MALTAS- Bandos de foras da lei, do século 19, no Rio de Janeiro, praticantes de Capoeira.
PATUÁ- Pequeno saco contendo poções mágicas, levados junto ao corpo para proteção espiritual.
Rei Zumbi dos Palmares
A partir das lutas com os holandeses, o destino do grande Quilombo de Palmares aparece ligado á família da princesa Aqualtune. Dois de seus filhos, Ganga Zumba e Gana Zona tornaram-se chefes dos mocambos mais importantes do quilombo. O mais provável é que tenham recebido estas chefias de herança. Como em algumas tribos africanas a sucessão não se fazia de pai para filho e sim de tio para sobrinho, Ganga Zumba e Gana Zona devem ter substituído algum irmão de Aqualtune, do qual até hoje nenhum registro foi encontrado.
Mas Aqualtune também tivera filhas e uma delas, a mais velha, que se chamava Sabina, deu-lhe um neto, nascido quando Palmares se preparava para mais um ataque holandês, previamente descoberto. Por isso, os negros cantaram e rezaram muito aos deuses, pedindo que o Sobrinho de Ganga Zumba, e, portanto, seu herdeiro, crescesse forte. E para sensibilizar o deus da guerra, deram-lhe o nome ZUMBI.
A criança cresceu livre e passou sua infância ao lado de seu irmão mais novo chamado Andalaquituche, em pescarias, caçadas, brincadeiras, ao longo dos caminhos camuflados, que ligavam os mocambos entre si. Garoto ainda, Zumbi conhecia Palmares inteiro. Suas arvores, seus rios, suas plantações e aldeias.
Os anos corriam tranquilos para Zumbi, que da escravidão só conhecia as historias terríveis, que os mais velhos estavam sempre a contar, lembrando da escuridão das senzalas, a umidade e a morte nos navios negreiros. Passam-se os anos e Palmares torna-se cada vez mais uma potencia.
Na década que se inicia em 1670, Palmares vive seu apogeu. Mais de 50.000 habitantes livres, distribuídos em vários mocambos. Zumbi e Andalaquituche, já homens feitos, chefiavam suas próprias aldeias. Nesse tempo, o crescimento do quilombo e as novas necessidades de defesa haviam transformado Palmares numa federação.
Ganga Zumba, que governava a maior das aldeias - Cerra dos Macacos - presidia o conselho de chefes dos mocambos e passou a ser considerado Rei de Palmares.
Sempre muito perseguidos, os negros que conseguiam chegar a Palmares e eram considerados livres, logo se transformavam em guerreiros, pois foram muitos anos de lutas sangrentas em defesa do quilombo. Tantas foram estas lutas, que doze anos mais tarde o velho Ganga Zumba via seu reinado ameaçado por uma espécie de força que Zumbi tinha e exercia sobre os guerreiros que seguiam muito mais as suas ordens do que as do Rei Ganga Zumba, e, numa noite de festa em comemoração na vitoria de uma luta, Ganga Zumba reuniu todo o povo de Palmares para que testemunhassem a coroação de Zumbi como novo Rei de Palmares.
Nesta mesma noite, Ganga Zumba traiu Zumbi, dividindo a opinião do povo e colocando a grande maioria contra Zumbi. Ganga Zumba foge de Palmares com um grupo muito grande de guerreiros, mulheres e crianças e se refugia no Vale do Cacua, logo abaixo da Serra da Barriga, onde procura fundar um novo quilombo. Mas, os guerreiros que o acompanhavam começaram a se desentender com as ordens quase suicidas do velho Ganga Zumba e também o trariam. Deram-lhe vinho envenenado para beber, dizendo que aquele era um vinho especial, que haviam roubado na vila do Porto Calvo, somente para agradar o rei.
Com a morte de Ganga Zumba, os guerreiros voltaram para Palmares e se uniram a Zumbi. Foi quando se deu a batalha mais cruel de toda a existência do quilombo, fazendo com que fosse desfeita toda a soberania de Palmares.
Zumbi foi morto em 20 de novembro de 1695, vitima da traição de um de seus homens de confiança.
Apos a queda de Palmares e a morte de Dandara, a esposa de Zumbi, e m‹e de todos os seus trés filhos, Zumbi se refugiou na mata, numa pequena caverna na beira de um riacho. Muito ferido da guerra e jasem muitas forças, tinha consigo apenas a ajuda de uma criança abençoada chamada Lualuá, quando o seu traidor levou um dos homens do exército de Domingos Jorge Velho até o esconderijo de Zumbi. Este homem era André Furtado de Mendonça e levou Zumbi até Domingos Jorge Velho que o matou a sangue frio com dois tiros na queima roupa. Era o fim.
A cabeça de Zumbi foi cortada e levada para a vila do Recife como prova do fim de Palmares e da rebeldia dos negros, que a todo momento eram ameaçados por feitores que diziam fazer com eles o mesmo que foi feito com Zumbi.
Hoje, Zumbi é o simbolo máximo da liberdade para os negros do Brasil. Seu nome é o mais puro significado do que se diz ser livre e lutar pela Propriá liberdade.
Siríaco
Mas Aqualtune também tivera filhas e uma delas, a mais velha, que se chamava Sabina, deu-lhe um neto, nascido quando Palmares se preparava para mais um ataque holandês, previamente descoberto. Por isso, os negros cantaram e rezaram muito aos deuses, pedindo que o Sobrinho de Ganga Zumba, e, portanto, seu herdeiro, crescesse forte. E para sensibilizar o deus da guerra, deram-lhe o nome ZUMBI.
A criança cresceu livre e passou sua infância ao lado de seu irmão mais novo chamado Andalaquituche, em pescarias, caçadas, brincadeiras, ao longo dos caminhos camuflados, que ligavam os mocambos entre si. Garoto ainda, Zumbi conhecia Palmares inteiro. Suas arvores, seus rios, suas plantações e aldeias.
Os anos corriam tranquilos para Zumbi, que da escravidão só conhecia as historias terríveis, que os mais velhos estavam sempre a contar, lembrando da escuridão das senzalas, a umidade e a morte nos navios negreiros. Passam-se os anos e Palmares torna-se cada vez mais uma potencia.
Na década que se inicia em 1670, Palmares vive seu apogeu. Mais de 50.000 habitantes livres, distribuídos em vários mocambos. Zumbi e Andalaquituche, já homens feitos, chefiavam suas próprias aldeias. Nesse tempo, o crescimento do quilombo e as novas necessidades de defesa haviam transformado Palmares numa federação.
Ganga Zumba, que governava a maior das aldeias - Cerra dos Macacos - presidia o conselho de chefes dos mocambos e passou a ser considerado Rei de Palmares.
Sempre muito perseguidos, os negros que conseguiam chegar a Palmares e eram considerados livres, logo se transformavam em guerreiros, pois foram muitos anos de lutas sangrentas em defesa do quilombo. Tantas foram estas lutas, que doze anos mais tarde o velho Ganga Zumba via seu reinado ameaçado por uma espécie de força que Zumbi tinha e exercia sobre os guerreiros que seguiam muito mais as suas ordens do que as do Rei Ganga Zumba, e, numa noite de festa em comemoração na vitoria de uma luta, Ganga Zumba reuniu todo o povo de Palmares para que testemunhassem a coroação de Zumbi como novo Rei de Palmares.
Nesta mesma noite, Ganga Zumba traiu Zumbi, dividindo a opinião do povo e colocando a grande maioria contra Zumbi. Ganga Zumba foge de Palmares com um grupo muito grande de guerreiros, mulheres e crianças e se refugia no Vale do Cacua, logo abaixo da Serra da Barriga, onde procura fundar um novo quilombo. Mas, os guerreiros que o acompanhavam começaram a se desentender com as ordens quase suicidas do velho Ganga Zumba e também o trariam. Deram-lhe vinho envenenado para beber, dizendo que aquele era um vinho especial, que haviam roubado na vila do Porto Calvo, somente para agradar o rei.
Com a morte de Ganga Zumba, os guerreiros voltaram para Palmares e se uniram a Zumbi. Foi quando se deu a batalha mais cruel de toda a existência do quilombo, fazendo com que fosse desfeita toda a soberania de Palmares.
Zumbi foi morto em 20 de novembro de 1695, vitima da traição de um de seus homens de confiança.
Apos a queda de Palmares e a morte de Dandara, a esposa de Zumbi, e m‹e de todos os seus trés filhos, Zumbi se refugiou na mata, numa pequena caverna na beira de um riacho. Muito ferido da guerra e jasem muitas forças, tinha consigo apenas a ajuda de uma criança abençoada chamada Lualuá, quando o seu traidor levou um dos homens do exército de Domingos Jorge Velho até o esconderijo de Zumbi. Este homem era André Furtado de Mendonça e levou Zumbi até Domingos Jorge Velho que o matou a sangue frio com dois tiros na queima roupa. Era o fim.
A cabeça de Zumbi foi cortada e levada para a vila do Recife como prova do fim de Palmares e da rebeldia dos negros, que a todo momento eram ameaçados por feitores que diziam fazer com eles o mesmo que foi feito com Zumbi.
Hoje, Zumbi é o simbolo máximo da liberdade para os negros do Brasil. Seu nome é o mais puro significado do que se diz ser livre e lutar pela Propriá liberdade.
Siríaco
No início do século XX era comum que Japoneses da Kodokan viajassem pelo mundo realizando desafios ou demostrações. E o Brasil não estava fora da rota. Muitos desafios e demostrações foram realizadas aqui, inclusive pelo Conde Koma.
Um destes desafios ocorreu com a capoeira. Há poucos registros sobre essa luta, mas não deixa de ser interessante imaginar como ocorreu. Foi em 1909, no Rio de Janeiro. Um embate entre um Japonês chamado Sada Miyako e um capoeirista, chamado Francisco da Silva Ciríaco, conhecido como Macaco Velho. Não se sabe ao certo qual era o estilo de Sada Miyako: se ele era representante da Kodokan ou de algum Koryu. Há quem diga que Sada Miyako era o próprio Conde Koma. Mas de qualquer forma, o que o japonês não sabia era que no Brasil, Macaco Velho é macaco esperto. Ainda mais se for capoeirista. A luta durou, segundo relatos, menos de 10 segundos.
Golpe de capoeira conhecido como "rabo de arraia"
Há pelo menos duas versões para o combate. A primeira diz que Ciríaco acertou o japonês rapidamente com um rabo de arraia, nocauteando-o. A segunda versão diz que Ciríaco, o Macaco Velho, usou a velha malícia da capoeira e antes da luta, no momento de cumprimentarem-se, deu uma cusparada no olho do japonês e aplicou logo em seguida o rabo de arraia, nocauteando-o.
Esse talvez tenha sido o primeiro contato inicial entre a capoeira e o Judô Kodokan. Mas houve outra interação mais explícita e direta entre essas duas artes. Essa interação aconteceu num momento de modernizadão da capoeira Regional, realizada pelo Mestre Bimba. O Mestre Bimba teve como aluno um rapaz cearense chamado José “Cisnando” (alguns textos grafam como “Sisnando”). Esse rapaz foi aluno direto do Mestre Takeo Yano. Takeo Yano era mestre de Judô, e inclusive teve a oportunidade de lutar contra Hélio Gracie, terminando o combate em um empate, em 1936. Cisnando aprendeu Judô com Takeo Yano, e também aprendeu outras lutas japonesas, como o Karatê.
Segundo o Mestre Decânio, amigo e discípulo de confiança de Mestre Bimba:
Um destes desafios ocorreu com a capoeira. Há poucos registros sobre essa luta, mas não deixa de ser interessante imaginar como ocorreu. Foi em 1909, no Rio de Janeiro. Um embate entre um Japonês chamado Sada Miyako e um capoeirista, chamado Francisco da Silva Ciríaco, conhecido como Macaco Velho. Não se sabe ao certo qual era o estilo de Sada Miyako: se ele era representante da Kodokan ou de algum Koryu. Há quem diga que Sada Miyako era o próprio Conde Koma. Mas de qualquer forma, o que o japonês não sabia era que no Brasil, Macaco Velho é macaco esperto. Ainda mais se for capoeirista. A luta durou, segundo relatos, menos de 10 segundos.
Golpe de capoeira conhecido como "rabo de arraia"
Há pelo menos duas versões para o combate. A primeira diz que Ciríaco acertou o japonês rapidamente com um rabo de arraia, nocauteando-o. A segunda versão diz que Ciríaco, o Macaco Velho, usou a velha malícia da capoeira e antes da luta, no momento de cumprimentarem-se, deu uma cusparada no olho do japonês e aplicou logo em seguida o rabo de arraia, nocauteando-o.
Esse talvez tenha sido o primeiro contato inicial entre a capoeira e o Judô Kodokan. Mas houve outra interação mais explícita e direta entre essas duas artes. Essa interação aconteceu num momento de modernizadão da capoeira Regional, realizada pelo Mestre Bimba. O Mestre Bimba teve como aluno um rapaz cearense chamado José “Cisnando” (alguns textos grafam como “Sisnando”). Esse rapaz foi aluno direto do Mestre Takeo Yano. Takeo Yano era mestre de Judô, e inclusive teve a oportunidade de lutar contra Hélio Gracie, terminando o combate em um empate, em 1936. Cisnando aprendeu Judô com Takeo Yano, e também aprendeu outras lutas japonesas, como o Karatê.
Segundo o Mestre Decânio, amigo e discípulo de confiança de Mestre Bimba:
João Oliveira dos Santos "Mestre João Grande"
João Oliveira dos Santos nasceu em 1933. Foi na academia de Mestre Pastinha que recebeu os nomes Gavião e João Grande. Foi com ele em 1966 para o I Festival de Arte Negra de Dakar; participou do grupo folclórico Viva Bahia, viajando pelo mundo. Em 1981 é convidado com Lua de Bobó e Nô, pelo sociólogo Ken Dossar, para o Festival de Arte Negra de Atlanta. De lá vai ao encontro de Negro Gato, para fazer oficina em Nova York.
Mestre João Grande ganhou em 2003 o doutor Honorius causa pela Universidade de Up sala. Em 2005 a mais importante homenagem do governo americano, recebendo o National Heritage Fellowship Howard. Waldeloir Rego escreveu sobre ele em 1969: “É dentre todos os grandes capoeiristas jovens o que mais truques de ataque e de defesa conhece, contribuindo para isso a flexibilidade de seu corpo, o mais ágil de todos os capoeiras da Bahia.
José Tadeu Carneiro Cardoso – Mestre Camisa
José Tadeu Carneiro Cardoso – Mestre Camisa Nascido em Jacobina, na Bahia no ano de 1956, iniciou-se na Capoeira nos anos 60, com seu irmão mais velho, Camisa Roxa. Em seguida mudou-se para Salvador, indo morar na Lapinha, onde continuou a praticar Capoeira nas rodas de rua, principalmente nas de Mestre Valdemar e Traíra, que eram realizadas na Rua Pero Vaz, posteriormente foi treinar na academia de Mestre Bimba onde se formou. Rodou todo o Brasil fazendo demonstrações de Capoeira na equipe de seu irmão, Camisa Roxa. Em 1972, com 16 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro e começou a dar aulas em academias. No Rio de Janeiro, Camisa se dedicou a pesquisa da Capoeira, desenvolveu seu próprio método de ensino, seguindo os conceitos inovadores de Mestre Bimba.
Passou a ensinar capoeira pelo grupo Senzala. Por volta de 1988 separou-se deste grupo e fundou a Associação Brasileira de Apoio e Desenvolvimento da Arte-Capoeira (Abadá-Capoeira).
Viajou pra mais de 60 países divulgando a cultura brasileira e ensinando capoeira. Hoje, com os núcleos de capoeira já desenvolvidos, viaja o mundo ministrando palestras e cursos de capoeira nos 5 continentes.
Em 2011 recebeu o título de Doutor Honoris Causa ao Mestre Camisa, outorgado em 28 de maio de 2010 pelo Conselho Universitário da Universidade de Uberlândia. Indicado como personalidade eminente que contribui de modo relevante para o desenvolvimento da cultura afro – brasileira e detém valioso conhecimento sobre capoeira, Patrimônio Imaterial Brasileiro e se distingue por sua atuação cultural, social e educacional no Brasil e no exterior.
Samuel Querido de Deus
Um dos capoeiristas mais falados pelos antigos. Era considerado imbatível nas rodas, temido por todos os capoeiristas. Seu nome não chegou tão famoso aos dias de hoje quanto os de Pastinha ou Bimba, já que esses tinham academias no centro, inovaram a capoeira e fizeram discípulos que divulgaram seus ensinamentos. Mas Querido de Deus também entrou para a história, impressionando o povo da capoeira e intelectuais e estudiosos da nossa arte daquela época (estamos falando das décadas de 30 e 40). Edison Carneiro considerava-o "o melhor capoeirista que já se viu". Antônio Lberac Pires nos mostra um artigo do Jornal "O Estado da Bahia" de 13 fevereiro de 1937, no qual está escrito que no Segundo Congresso Afro-Brasileiro, realizado em Salvador, quem comandou a apresentação de capoeira foi Querido-de-Deus, "considerado pelos outros capoeiristas como o melhor entre eles". E também, é claro, ele é citado no essencial livro "Capoeira Angola", de Waldeloir Rêgo.
Mestre Canjiquinha – Washington Bruno da Silva
Nasceu em 25 / 11 / 1925 e viveu até 08 / 11 / 1994, filho de José Bruno da Silva um grande alfaiate e de Amália Maria da Conceição uma lavadeira. Seu primeiro contato com a capoeira foi num local conhecido como banheiro de seu Otaviano na frente de uma quitanda no Matatu Pequeno, Brotas na Baixa do Tubo. Num dia de domingo em 1935 um cidadão chamado Antonio Raimundo (Mestre Aberre) convidou Canjiquinha a participar da brincadeira que ali rolava, e a partir da agilidade demonstrada por Canjiquinha mestre Aberre decidiu treiná-lo. Passou 8 anos aprendendo, quando seu mestre disse: - Meu filho você corre este lugar aí, o que você ver de bom você pega e de ruim você deixa pra lá.
Na opinião de Mestre Canjiquinha a capoeira não existe divisão entre angola e regional, ele dizia que ele era capoeira e obedecia ao toque, se tocar maneiro jogo amarrado, se tocar apressado você apressa. Mestre Canjiquinha dono de um repertório inesgotável de músicas e improvisos, tendo uma grande facilidade de comunicação com o publico, acho que devido a essas foi convidado a participar de alguns filmes como: O Pagador de Promessas, Operação Tumulto, Capitães de Areia entre outros, alem de algumas fotonovelas com Sílvio César e Leni Lyra. Teve como alunos alguns até renomados a mestre: Antonio Diabo, Burro Inchado, Madame Geni, Victor Careca, Robertão, Manoel Pé de Bode, Paulo dos Anjos, Brasília, Lua Rasta, Cristo Seco entre outros mais.
Mestre Trairá - José Ramos do Nascimento
Capoeira de fama na Bahia, marcou época e ganhou notabilidade ímpar na arte das Rasteiras e Cabeçadas. No disco fonográfico, produzido pela Editora Xauã, intitulado "Capoeira" - hoje uma das raridades mais preciosas para os estudiosos e adeptos desta Arte - tem presença marcante envolvendo a todos os ouvites. Sobre a beleza e periculosidade do seu jogo, assim se referiu Jorge Amado: "Traíra, um cabloco seco e de pouco falar, feito de músculos, grande mestre de capoeira.
Vê-lo brincar é um verdadeiro prazer estético. Parece bailarino e só mesmo Pastinha pode competir com ele na beleza dos movimentos, na agilidade, na rigidez dos golpes. Quando Traíra não se encontrava Escola de Waldemar, está ali por perto, na Escola de Sete Molas, também na Liberdade". Mestre Traíra também teve importante participação no filme "Vadiação", de Alexandre Robatto Filho, produzido em 1954, junto aos outros grandes capoeiristas baianos como Curió, Nagé, Bimba, Waldemar, Caiçara, Crispim e outros."
Mestre Leopoldina - Demerval Lopes de Lacerda
Demerval Lopes de Lacerda, conhecido como Mestre Leopoldina, nasceu em 12 de fevereiro de 1933. Começou a aprender capoeira aos 18 anos, com o Quinzinho, um jovem malandro carioca, valente, temido e respeitado na região da Central do Brasil (RJ). Um ano depois, Quinzinho foi preso e assassinado na prisão. Leopoldina sumiu por uns tempos, e treinava sozinho, até que soube que Valdemar Santana, lutador bastante conhecido na época, trouxera da Bahia um capoeirista de nome Artur Emídio. Leopoldina foi apresentado a Artur, que o convidou para jogar. "Fui lá, meio envergonhado, e fiz aquilo que o finado Quinzinho tinha me ensinado.
No começo a coisa correu bem, mas aos poucos Artur começou a crescer, e era pernada por tudo que era lado, e percebi que ele era mais fera ainda que o Quinzinho". Foi assim que Leopoldina, aprendiz da capoeira carioca, foi apresentado à capoeira baiana. Leopoldina continuou aprendendo com Mestre Artur Emídio, e hoje é Mestre consagrado, muito respeitado, tanto por seu jogo quanto pela habilidade com o berimbau, e por suas composições, admiradas e cantadas em todo o Brasil. É uma das maiores expressões da capoeira antiga, cheia de malandragem e mandinga. É dono de uma simpatia e um carisma enormes, e já cunhou frases pitorescas do repertório da capoeira, como esta, que nos foi revelada uma vez em Guaratinguetá: "a capoeira é a maçonaria da malandragem!".
Em 2007 foi lançado o documentário “Mestre Leopoldina: A Fina Flor da Malandragem”, com depoimentos do próprio Mestre.
Faleceu em 17 de outubro de 2007 em São José dos Campos/SP, deixando muita tristeza e saudade nos corações de todos os capoeiristas.
Waldemar Rodrigues da Paixão "Mestre Waldemar"
Mestre Waldemar, Waldemar Rodrigues da Paixão, mestre de capoeira baiano (Ilha de Maré, Bahia 1916 - Salvador, Bahia 1990) também conhecido como Waldemar da Liberdade ou Waldemar do Pero Vaz, dos nomes do bairro e da rua onde implantou sua capoeira.
A fama de Waldemar como capoeirista e mestre de capoeira aparece nos anos 1940. Ele implanta um barracão na invasão do Corta-Braço, futuro bairro da Liberdade, onde joga-se capoeira todos os domingos, também ensinando na Rampa do Mercado na Cidade Baixa. Fica conhecida a diversidade dos jogos que ele pratica, dos mais lentos aos mais combativos, com afirmada preferência para os primeiros.
Durante os anos 50, a capoeira dele na Liberdade atrai acadêmicos, artistas e jornalistas. Os etnólogos Anthony Leeds em 1950 e Simone Dreyfus em 1955 gravam o som dos berimbaus. O escultor Mário Cravo e o pintor Carybé, também capoeiristas, freqüentam o barracão. Mais tarde, a maior parte dos capoeiristas de nome afirmam ter ido na capoeira de Waldemar, na de Mestre Cobrinha Verde no bairro de Nordeste de Amaralina até na de Mestre Bimba.
De acordo com Albano Marinho de Oliveira (1956), o grupo da Liberdade começou a cantar demorados solos antes do jogo (hoje chamados ladainhas). O próprio Waldemar reivindicou, em depoimento a Kay Shaffer, ter inventado de pintar o berimbau. A fabricação e venda para os turistas de berimbau foi uma fonte de renda para mestre Waldemar.
Waldemar, como bom capoeirista, andou na sombra. Ficou discreto sobre suas atividades e breve em sua fala. Mal existem fotos dele antes de velho. Não procurou a fama e, apesar de seu notado talento de cantor e de tocador de berimbau, não integrou muito o mercado de espetáculo turístico.
Também, a música que se escuta nas gravações de 1950 e 1955 é coletiva,
sempre tendo, ao menos, um dialogo de dois berimbaus. Assim,
Jorge Amado menciona Mestre Traíra, também da Liberdade,
como assíduo visitante de Waldemar.
Velho e impossibilitado de jogar capoeira e de tocar berimbau pela doença de Parkinson,
Waldemar ainda aproveitou um pouco do movimento de resgate das tradições
dos anos 1980, cantando em diversas ocasiões e gravando CD com Mestre Canjiquinha.
Mestre João Pequeno
Nascido em 27 de dezembro de 1917, em Araci, cidade situada ao norte de Feira de Santana, filho de Maximiniano Pereira dos Santos e Maria Clemenço de Jesus, João Pereira dos Santos passou boa parte de sua vida na área rural. Descendente de africano e índio, parente do famoso Besouro Mangangá, primo de seu pai, João sempre teve índole corajosa. Inclusive, quando mais jovem, buscou o exército, pois soube que lá se treinava constantemente. No entanto, João não foi admitido pelas forças armadas.
Sua experiência na zona rural teve início na Região de Queimadas, depois em Mata de São João, onde trabalhou como carreiro de bois e onde teve o primeiro contato com a Capoeira, através do ferreiro Juvêncio que lhe contava histórias da capoeira. Neste momento ele constata, “essa coisa ta pra mim”. Aos 25 anos, se vendo liberado por seus pais para seguir seu caminho, João se estabelece na cidade de Salvador, em janeiro de 1943.
Na capital, trabalhando como servente de pedreiro, a vida o encaminha novamente na direção da Capoeira. Um colega de nome Cândido, ao notar o interesse de João pela Capoeira numa brincadeira no intervalo do trabalho, indicou o feirante Barbosa para introduzi-lo na arte, e este o levou à roda de Cobrinha Verde que acontecia embaixo de uma árvore no Chame-Chame. Certo dia, presente numa roda no Terreiro, chegou um senhor dizendo que queria organizar a Capoeira, convidando aos interessados a comparecerem ao Bigode, antiga fábrica de sabonetes Cicó. Chegando lá, João se inscreveu na academia passando a seguir os passos daquele que viria a ser um grande mestre, o Sr. Vicente Ferreira Pastinha. Logo após, João é elevado à categoria de treinel, ensinando a todos que por ali passaram.
Em 1981, pouco antes do falecimento de Mestre Pastinha, ele chamou Mestre João Pequeno e disse: “João vou morrer, tome conta disso. Morre só o corpo, o espírito vive para sempre”. Depois da morte de Mestre Pastinha, Mestre João Pequeno abre no Forte de Santo Antônio Além do Carmo a Academia de João Pequeno de Pastinha – Centro Esportivo de Capoeira Angola e lá continuará a desenvolver a Capoeira na forma em que lhe foi ensinada por seu Mestre, deixando sempre claro em sua fala, “enquanto houver Capoeira o nome de seu Pastinha não desaparecerá”.
Antônio Conceição Moraes " Mestre Caiçara "
Antônio Conceição Moraes, conhecido na capoeiragem como Mestre Caiçara da Bahia, Cantador de primeira qualidade, contador de muitos casos e estórias da Capoeira, tem sempre uma boa reza para oferecer aos seus camaradas e por certo, aos não camaradas também.
Figura muito conhecida das Festas de Largo de Salvador, Mestre Caiçara sempre estava presente em qualquer festejo popular, portanto em sua camisa as cores vermelho e verde, promovendo sempre a sua Academia Angola São Jorge dos irmãos Unidos do Mestre Caiçara, cujo o nome também é o título de seu primeiro disco fonográfico gravado pela AMC, São Paulo, e encontrado ainda nas lojas de disco.
Defensor radical das tradições africanas é sempre bom receber em Nagâ, Ketu, Gêge e Angola, suas bençãos e ouvir sua opinião sobre os grandes Capoeiras do passado e suas considerações sobre a Capoeira de hoje. Todas as tardes ele se encontrava no terreiro de Jesus confabulando, vendendo seu peixe e gingando, mas no dia 28 de agosto de 1997, ele nos deixou com sua arte e magia.
MARIA 12 HOMENS
A guerreira Maria Felipa de Oliveira viveu na Bahia no século XIX e teve um importante papel na Guerra da Independência, que ocorreu entre 1822 e 1824, para reafirmar a independência proclamada em 7 de setembro de 1822, até que esta fosse reconhecida por Portugal.
Na Bahia, assim como nas províncias de Cisplatina (onde atualmente é o Uruguai), Piauí, Maranhão e Grão-Pará, devido à concentração estratégica de tropas do Exército Português, as lutas foram mais acirradas. Quando a tropa portuguesa comandada pelo General Madeira de Melo tentou invadir a Ilha de Itaparica para controlar a guerra a partir da Bahia de Todos os Santos, Maria Felipa liderava as vedetas (vigias) da praia, um grupo de 40 mulheres que entrou no acampamento do exército português, atacou os guardas com galhos de cansansão, uma planta que provoca sensação de queimadura ao toque com a pele, e puseram fogo em 42 embarcações, promovendo baixas no exército.
Além de guerreira, Maria Felipa também atuou na gerra como enfermeira, socorrendo feridos, além de trazer para a resistência em Itaparica informações da guerra obtidas nas rodas de capoeira do Cais Dourado, para onde ia remando sua canoa.
Há quem acredite que Maria Felipa seja a identidade verdadeira de Maria Doze Homens, que ganhou este apelido após deixar doze homens no chão, porém não existe confirmação a respeito e há ainda outras versões, em uma das quais Maria Doze Homens teria sido companheira de Besouro Mangangá.
O atestado de óbito datado de 04 de janeiro de 1873, confirma que Maria Felipa sobreviveu à guerra e continuou levando sua vida na ilha por muitos anos, porém de seu nascimento nada se sabe.
A heroína foi retratada na obra de Ubaldo Osório, A ilha de Itaparica, e no romance Sargento Pedro, do escritor baiano Xavier Marques, onde são são contatos vários feitos atribuídos à capoeirista.
MESTRE ACOORDEON - Califórnia - USA (1943)
Ubirajara Guimarães Almeida nasceu em Salvador em 1943 iniciou-se na capoeira em 1956 e foi um dos alunos do Mestre Bimba que mais se destacou. Em 1959 começou a ensinar capoeira e em 1961 abriu sua 1º academia denominada Quilombos.
Atualmente ensina capoeira na cidade Berkeley Califórnia - USA. Já gravou vários cd´s e editou três livros.
MESTRE MINTIRINHA - RJ (28/08/1950)
LUIZ AMÉRICO DA SILVA
Aos 28 dias do mês de agosto do ano de 1950, no hospital de Bonsucesso, nasce Luiz Américo da Silva, o MESTRE MINTIRINHA. No ano de 1956, já aos 6 anos de idade, Luiz Américo estava acompanhado de sua mãe, passando por Bonsucesso, depois da Avenida Itaoca, escutou um som diferente, então desconhecido por ele, e pediu que sua mãe o levasse para ver do que se tratava, chegando lá para viu que era o som de um berimbau, e ficou fascinado com o que tinha visto, pessoas treinando uma luta ao som daquele instrumento que o encantara tanto, e então pediu para que sua mãe o matriculasse no GRUPO DE CAPOEIRA SÃO BENTO PEQUENO, que tinha como Mestre o Sr. Osvaldo Lisboa dos Santos, conhecido como MESTRE PARANÁ, que não cobrava nada e dava as suas aulas no fundo de um quintal.
Devido a uma historinha, assim como em sua música, que chegou contando um dia, o Mestre Paraná disse: Agora conta outra “Mintirinha”, daí ficou apelidado de MINTIRINHA, sendo que teve outros apelidos, como Índio por exemplo.
Mais tarde, já com seus 15 anos de idade, no ano de 1965, começou a dar aulas de capoeira para uma turma.
Com mais ou menos quinze ou dezesseis anos, no ano de 1966, estava numa roda na quadra da ESTAÇÃO PRIMEIRA DE MANGUEIRA, quando Mestre Paraná o apresentou como Mestre Mintirinha.
Nesta época existiam três grupos de capoeira, o Grupo de Capoeira São Bento Pequeno do Mestre Paraná, que ficava em Bonsucesso, o do Mestre Artur Emídio que ficava em Higienópolis e o do Mestre Mário Santos, da Bonfim, que ficava em Olaria. Sendo que o Luiz Américo, já apresentado como Mestre Mintirinha, foi convidado pelo Mestre Mário Santos para dar aulas na academia dele, no ano de 1966.
Durante a sua vida como capoeirista o Mestre obteve várias glórias, algumas quando se consagrou como o 1º CAMPEÃO BRASILEIRO DE CAPOEIRA, TETRACAMPEÃO INTERESTADUAL DE CAPOEIRA PELA CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE PUGILISMO, e muitas outras glórias.
O Mestre é conhecido onde quer que vá, basta que seu Gunga faça o chamado para se saber que naquela roda encontra-se o mais antigo Mestre de capoeira da cidade do Rio de Janeiro. Além disto ainda é um excelente percursionista.
O Mestre conheceu 18 países, teve a oportunidade de gravar com Paul Simom, conheceu Maria Bethânia ainda jovem.
Durante um certo tempo de sua vida o Mestre trabalhou no Instituto Padre Severino, onde lecionou capoeira. Após conhecer a Sra. , Cleide, Hoje sua esposa, que o estimulou a dar aulas em academias, fundou o GRUPO TERRA DE CAPOEIRA, que já existe a 9 anos.
O Mestre foi um dos primeiros capoeiristas a dar chutes em sacos de 120 Kg , o primeiro a quebrar mesas, telhas e outras coisas.
O Mestre recebeu a maior honra dada a um Cidadão do Estado do Rio de Janeiro que é a Comenda Tiradentes na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.
Algumas frases do Mestre entre outras que ficaram na história.
- EU SOU O VENTO, EU PASSO ONDE VOCE NÃO PASSA , E QUANDO EU PASSO, VOCE NÃO FICA
- SOU APENAS UM GRÃOZINHO DE AREIA NUM OCEANO CHAMADO CAPOEIRA, O MESTRE SE CHAMA DEUS.
MESTRE BURGUÊS
Antonio Carlos de Menezes, nasceu em Laranjeiras - Sergipe, e com 3 meses de idade, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Teve o seu primeiro contato com a capoeira aos doze anos de idade, quando cursava a 6ª série no colégio Evangélico em Ramos ao lado da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense. Jogava muita bola por ali, e havia um capoeirista chamado China, que sempre encrencava, e batia em todos. Então, um dia, resolveu treinar capoeira, para não apanhar mais do China, e de mais ninguém.
Mestre Burguês
O primeiro mestre, foi um exemplar do livro Capoeira sem Mestre, comprado pelo amigo Nelson, e juntos começaram a treinar os primeiros movimentos, no morro do Alemão ( Ramos - RJ ), local onde Nelson morava. Passado algum tempo, tomaram o gosto pela arte, e começaram a assistir as rodas do mestre Mintirinha, logo de início identificaram-se com o estilo de luta de seu irmão, Paulão, que iniciava suas aulas com o mestre Silas no clube do Bolinha.
Como não tinham dinheiro para pagar a academia, juntaram cobre, chumbo, garrafas velhas, jornal, e venderam, conseguindo juntar dinheiro suficiente para pagar 3 meses de aula antecipados. Como isso era raro na época, Paulão e Silas pensaram que os meninos eram ricos dando assim o apelido de Conde e Burguês.
Mais tarde, o amigo Conde acabou afastando-se da capoeira.
Mestre Burguês, depois de passar por muitas dificuldades, como frio, fome, dificuldades financeiras, preconceito e discriminação, conseguiu superar vários obstáculos e aos poucos instalar e fixar o Grupo Muzenza no sul do Brasil.
Fundou a Federação Paranaense de Capoeira em 1985, foi um dos fundadores da Confederação Brasileira de Capoeira em 1992, fundou e é o presidente da Superliga Brasileira de Capoeira em 1998, publicou o livro O estudo da Capoeira, em 1978; publicou o livro Cânticos da Capoeira em 1982. Tem 20 CDs de capoeira editados, sendo um deles gravado no Canadá. Em 1995, criou um jornal com a finalidade de resgatar a tradição da capoeira e ajudar todos os capoeiristas, e ministrou cursos em mais de 25 países.
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