Nascido em 27 de dezembro de 1917, em Araci, cidade situada ao norte de Feira de Santana, filho de Maximiniano Pereira dos Santos e Maria Clemenço de Jesus, João Pereira dos Santos passou boa parte de sua vida na área rural. Descendente de africano e índio, parente do famoso Besouro Mangangá, primo de seu pai, João sempre teve índole corajosa. Inclusive, quando mais jovem, buscou o exército, pois soube que lá se treinava constantemente. No entanto, João não foi admitido pelas forças armadas.
Sua experiência na zona rural teve início na Região de Queimadas, depois em Mata de São João, onde trabalhou como carreiro de bois e onde teve o primeiro contato com a Capoeira, através do ferreiro Juvêncio que lhe contava histórias da capoeira. Neste momento ele constata, “essa coisa ta pra mim”. Aos 25 anos, se vendo liberado por seus pais para seguir seu caminho, João se estabelece na cidade de Salvador, em janeiro de 1943.
Na capital, trabalhando como servente de pedreiro, a vida o encaminha novamente na direção da Capoeira. Um colega de nome Cândido, ao notar o interesse de João pela Capoeira numa brincadeira no intervalo do trabalho, indicou o feirante Barbosa para introduzi-lo na arte, e este o levou à roda de Cobrinha Verde que acontecia embaixo de uma árvore no Chame-Chame. Certo dia, presente numa roda no Terreiro, chegou um senhor dizendo que queria organizar a Capoeira, convidando aos interessados a comparecerem ao Bigode, antiga fábrica de sabonetes Cicó. Chegando lá, João se inscreveu na academia passando a seguir os passos daquele que viria a ser um grande mestre, o Sr. Vicente Ferreira Pastinha. Logo após, João é elevado à categoria de treinel, ensinando a todos que por ali passaram.
Em 1981, pouco antes do falecimento de Mestre Pastinha, ele chamou Mestre João Pequeno e disse: “João vou morrer, tome conta disso. Morre só o corpo, o espírito vive para sempre”. Depois da morte de Mestre Pastinha, Mestre João Pequeno abre no Forte de Santo Antônio Além do Carmo a Academia de João Pequeno de Pastinha – Centro Esportivo de Capoeira Angola e lá continuará a desenvolver a Capoeira na forma em que lhe foi ensinada por seu Mestre, deixando sempre claro em sua fala, “enquanto houver Capoeira o nome de seu Pastinha não desaparecerá”.
3 comentários:
axé capoeira
Muito Bom Salve todos Capoeiristas !
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